EU SEI POR QUE O PÁSSARO CANTA NA GAIOLA: UMA APROXIMAÇÃO COM A TRADIÇÃO DO BILDUNGSROMAN
Resumo
Grupos minoritários, como o afro-americano, têm encontrado na autobiografia um local de fala, resistência e construção de identidade: o relato individual torna-se registro de uma memória coletiva. Nesse contexto, destaca-se Maya Angelou, que alcançou notoriedade com o primeiro de sete livros autobiográficos, Eu sei por que o pássaro canta na gaiola. A narrativa abrange a infância e a adolescência de Angelou e, em muitos aspectos, aproxima-se da tradição do Bildungsroman, ou romance de formação, subgênero literário que tem como tema o processo de formação do protagonista, e, ao mesmo tempo, configura-se como retrato de um contexto histórico-social. Este artigo tem por objetivo identificar similaridades e contrastes entre a narrativa de Angelou e a forma do Bildungsroman.
DOI: 10.5935/1984-6614.20190032
Referências
ANGELOU, M. Eu sei por que o pássaro canta na gaiola. Tradução de Paula Rosas. Rio de Janeiro: José Olympio, 1996.
BAKHTIN, M. M. Estética da criação verbal. 2. ed. Tradução de Maria Ermantina Galvão G. Pereira. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
BAUMAN, Z. Identidade: Entrevista a Benedetto Vecchi. Tradução de Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar, 2005.
BRUSH, P. S. The influence of social movements on articulations of race and gender in black women’s autobiographies. Disponível em:
https://www.jstor.org/stable/190243?seq=1#page_scan_tab_contents. Acesso em: 14 jul. 2019.
EVARISTO, C. Literatura negra: uma voz quilombola na literatura brasileira. In: PEREIRA, E. de A. (Org.). Um tigre na floresta de signos: estudos sobre poesia e demandas sociais no Brasil. Belo Horizonte: Mazza, 2010, p. 132-142.
FANON, F. Pele negra, máscaras brancas. Tradução de Renato da Silveira. Salvador: EDUFBA, 2008.
_____. The fact of blackness. In: BACK, L.; SOLOMOS, J. Theories of race and racism: a reader. Londres: Routlegde, 2009, p. 257-266.
GOETHE, J. W. Os anos de aprendizado de Wilhelm Meister. Tradução de Nicolino Simone Neto. São Paulo: 34, 2006.
HALBWACHS, M. A memória coletiva. Tradução de Beatriz Sidou. São Paulo: Centauro, 2017.
LUKÁCS, G. A teoria do romance: um ensaio histórico-filosófico sobre as formas da grande épica. 34. ed. Tradução de José Marcos Mariani de Macedo. São Paulo: Duas Cidades, 2000.
MAAS, W. P. M. D. O cânone mínimo: o Bildungsroman na história da literatura. São Paulo: UNESP, 2000.
MORRISON, T. Memory, creation, and writing. Thought, v. 59, n. 235, Nova York, dez. 1984, p. 385-390.
QUINTALE NETO, F. Para uma interpretação do conceito de Bildungsroman. Pandaemonium germanicum, v. 1, n. 9, São Paulo, abr. 2005, p. 155-181.
SILVA, T. T. da. A produção social da identidade e da diferença. In: _____. (Org.). Identidade e diferença. Rio de Janeiro: Vozes, 2000, p. 73-102.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
A revista permitirá que os autores retenham os direitos autorais e de publicação de seus artigos sem restrições.
Este trabalho está licenciado sob uma Licença Creative Commons Attribution 3.0 .